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Corpo de Bombeiros resgatou um dos corpos - Patrick Rodigues / Agência RBS |
Era uma tarde cinza, de nuvens no céu, com temperatura que remete ao inverno, apesar do mês ser de primavera. Os irmãos Rafael, 10 anos, Denilson dos Santos Marques, 11, e o primo Maicon, nove, estavam em casa no Condomínio Parque da Lagoa, no Bairro Itoupavazinha, em Blumenau. Assistiam a um filme, quando a mãe Leonilda Alves dos Santos, 33, pediu que levassem o lixo para a rua, conforme falou a irmã dela, Lindamir Alves dos Santos, 35. Os três meninos teriam aproveitado o momento fora de casa para ir com outros três amigos brincar em um ribeirão, a cerca de cinco quilômetros de onde moravam. Era ali que, segundo o vizinho Adroaldo de Oliveira, 33, uma turma de adolescentes do condomínio costumava pescar.
Os seis garotos brincavam na margem do Ribeirão Itoupava, no Bairro Fidélis. A mãe de Maicon, um dos mais novos, Simone da Luz, 34, conta que o filho entrou na água para separar a briga dos irmãos Rafael e Denilson, já que um queria ficar dentro do ribeirão e o outro queria voltar pra casa. Com a chuva dos dois últimos dias, a água estava turva e havia muita correnteza. Os irmãos Rafael e Denilson morreram afogados. Um deles chegou a ser retirado do ribeirão pelos amigos e pelo primo, mas já sem vida. Alécio da Silva, 48, andava pela Ponte Frida Rosemann depois das 16h. Viu duas senhoras gritando da ponte “puxa, puxa, puxa”: — Dois homens que passavam por ali viram a cena e correram para ajudar. Tentaram reanimar o que estava na margem, que foi tirado pelos três meninos, mas não conseguiram. Ligamos para o Corpo de Bombeiros e em cerca de cinco minutos eles chegaram para fazer as buscas do outro menino.
Bombeiros encontraram o segundo menino em 30 minutos
O sargento Rafael Pereira Martins começou as buscas por volta das 16h30min com outros dois bombeiros e um mergulhador. A profundidade do Ribeirão Itoupava era de pouco mais de um metro, segundo Martins. Três deles tentaram localizar o corpo na superfície e passaram uma rede na água. Quando o mergulhador começou as buscas, equipado com oxigênio, encontrou o segundo menino em um poço de 2,5 metros de profundidade, a cerca de três metros da margem. — Encontramos a roupa deles debaixo da ponte. Levamos cerca de 30 minutos para achar o menino, no fundo da água — explicou o sargento Martins. A tia Lindamir não acreditava na tragédia. Com lágrimas nos olhos recebeu dos bombeiros as roupas dos dois meninos. Comentou que costumavam jogar no campinho de futebol do condomínio. De manhã, frequentavam a Escola Básica Municipal Olga Rutzen. Quando tentou falar com a irmã, não conteve a emoção: — Ela não imaginava como eles chegaram em tão pouco tempo ao ribeirão. Eles não tinham costume de vir tomar banho aqui.
JORNAL DE SANTA CATARINA
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