
Foto: arte sobre Google Maps, reprodução
A construção de um túnel extravasor hidroviário está sendo avaliada pelo governo do Estado para amenizar as cheias do rio Itajaí-Açu na região de Blumenau. Ele teria 1,2 mil metros de extensão e ligaria a Rua das Missões, na altura da entrada para a Toca da Onça, à Rua Silvano Cândido da Silva, bairro Ponta Aguda, logo depois da ponte do Anel Viário Norte.
A estrutura funcionaria como um túnel para veículos, com duas pistas em cada sentido. Quando o rio atingisse determinado nível – cinco metros, por exemplo – o túnel seria usado para desviar parte da água que passaria pelo curso natural do Itajaí-Açu. Isso significaria um nível menor do rio nos bairros Boa Vista, Centro, Ponta Aguda e Vorstadt.
Estudos em 60 dias
O impacto exato desse túnel está sendo calculado pelo consórcio Iguatemi/Engevix, contratado pelo Secretária de Estado da Defesa Civil para estudar maneiras de melhorar o escoamento das águas do Itajaí-Açu no trecho de Indaial, Blumenau e Gaspar. O trabalho tem como base um estudo feito pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e o objetivo é diminuir os problemas causados por uma enchente.
Pelo serviço o consórcio vai receber R$ 5,9 milhões e os estudos preliminares serão apresentados em 60 dias.
Impacto na bacia
O secretário adjunto da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, diz que há outras empresas fazendo o mesmo serviço em outros trechos da bacia. Na foz do rio Itajaí-Açu, por exemplo, há estudos para construir um canal extravasor. Parte da água que hoje passa entre as cidades de Navegantes e Itajaí pode ser desviada para aumentar a vazão da foz e diminuir os alagamentos nas cidades em caso de enchente. Um estudo está ligado ao outro. O túnel de Blumenau, por exemplo, só seria construído se o canal extravasor da foz não trazer o impacto desejado para Blumenau e região.
Lição histórica
O mais curioso é que tanto o canal extravasor da foz quanto o túnel de Blumenau já foram sugeridos há cerca de 100 anos pelo engenheiro Adolf Odebrecht. Em 2011 publiquei um recorte com desenhos do profissional que, entre as décadas de 1910 e 1920 fez estudos para o Ministério da Viação e Obras Públicas.
Na época, Odebrecht dizia que acelerar o escoamento das águas do Itajaí-Açu seria mais eficaz que a construção de barragens.
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